A caçula e um casal de tios

E nisso, eu, com todos os filhos na escola, desde jardim de infância até ginásio, todo mundo estudando, papel daqui, calçado prá lá e uniforme prá cá. Eu comecei a fazer orçamento de financiamento, que era feito no Banco do Brasil. O Banco me indicava para construir. Se eu não pudesse construir, pelo menos o orçamento eu tinha que fazer. Era sede para morar e barracão de gado de leite, chamado estábulo, com toda a instalação de água e cocheira com corrente ou canzil, tronco de vacinar gado, embarcadouro e tudo o mais. Isto me levou a fazer canteiro de obras.
Em 10 de novembro de 1972, nasceu a Luciana. Esta nasceu com deficiência mental e com ligeira deformidade nos ossos. Já desde novinha, fazendo tratamento nas clínicas em Ribeirão Preto. E eu, mil por hora nas construções. De repente entra um casal de velhos também na minha vida. Este casal não tinha filhos. Eles residiam na dita Fazenda Santa Maria. Eram proprietários do lugar mais antigo da
região, aonde morou um Faleiros que semeou Faleiros nesta região. A sede tinha ainda vestígio das senzalas dos escravos. Estes velhos eram proprietários de uma fazendinha. Os seus nomes eram: Hildebrando Andrade Nascimento e Júlia Maia da Silveira.
Pois bem, este Hidelbrando era professor e poeta. Nesta época eu internei ele em Ribeirão com problema mental. Depois ele voltou incapaz de resolver as coisas. Depois eles foram para Ribeirão, morar com o irmão da Júlia. Depois eles voltaram para mim outra vez. Eu aluguei uma casa na cidade, perto de mim, e pus uma mulher olhando o casal porque nestas alturas os dois estavam esclerosados. E lá vai eu fazendo sede e barracão adoidado.

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