Primeiro filho

Quando fez quatro meses, a Cilica teve uma aborto, sendo preciso um médico para fazer a raspagem, por causa da hemorragia. E fui ás pressas, de cavalo, buscar o Doutor Álvaro, de Cássia.
Pois bem, em 52 nós decidimos recuperar as perdas que tivemos. Com a seca que passou, fomos endividando. Não tinha com o que recuperar. Então o papai vendeu a nossa propriedade, aonde eu nasci e casei e mudei dali casado. Nós pegamos a lavoura de café do meu tio José Faleiros que era um pouco prá cima de onde nós morávamos. Era a nascente do "corgo" Santa Maria. Nós pegamos esta lavoura à meia. Nós pagamos o que devíamos e o restante era para sustentar o serviço.
A lavoura, na verdade, carregou muito nesse ano, mas deu uma chuva de pedra que derrubou todos os cafés sem granar. Foi um prejuízo!
Neste mesmo ano nasceu o meu primeiro filho. Ele nasceu dia 12 de agosto de 1953. De forma que o meu primeiro filho era também samaritano, porque era pertinho de onde eu nasci, que era o "corgo" Santa Maria.
No ano seguinte eu deixei o papai com o Euclides, tocando o mesmo serviço. Eu fui fazer uma casinha na parte de terra que pertencia á Cilica. Esta terra já era uma doação do casal para os filhos, mas ainda reservava uso-fruto. Eu conversei com meu sogro sobre este assunto: que ele deixasse eu fazer esta casinha.
O meu sogro concordou somente em fazer a casa. Ele não poderia ceder o uso-fruto da terra. Mas o que eu queria era marcar um lugar em que eu estava interessado, que tinha uma mina d´água. Assim, foi feito o que eu queria. Eu aluguei um paiol que tinha lá perto. Eu fiz uma casa de adobe arrancando pedras do local. Com três meses eu fiz a minha casinha, cerquei um metro ao redor da casa e larguei lá.

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