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Mostrando postagens de julho, 2010

Primeiro filho

Quando fez quatro meses, a Cilica teve uma aborto, sendo preciso um médico para fazer a raspagem, por causa da hemorragia. E fui ás pressas, de cavalo, buscar o Doutor Álvaro, de Cássia. Pois bem, em 52 nós decidimos recuperar as perdas que tivemos. Com a seca que passou, fomos endividando. Não tinha com o que recuperar. Então o papai vendeu a nossa propriedade, aonde eu nasci e casei e mudei dali casado. Nós pegamos a lavoura de café do meu tio José Faleiros que era um pouco prá cima de onde nós morávamos. Era a nascente do "corgo" Santa Maria. Nós pegamos esta lavoura à meia. Nós pagamos o que devíamos e o restante era para sustentar o serviço. A lavoura, na verdade, carregou muito nesse ano, mas deu uma chuva de pedra que derrubou todos os cafés sem granar. Foi um prejuízo! Neste mesmo ano nasceu o meu primeiro filho. Ele nasceu dia 12 de agosto de 1953. De forma que o meu primeiro filho era também samaritano, porque era pertinho de onde eu nasci, que era o "corgo&

Mais filhos e muitas perdas

Eu voltei para o Fidelcino Alves Faleiros, que era pertinho aonde o papai estava. O meu cunhado, marido da Sebastiana, tocava os cafés do meu padrinho Fidelcino, isto tudo no mesmo ano. Eu convidei o papai para ir morar comigo nesta mesma fazenda. Nós ficaríamos todos juntos, porque a Sebastiana já estava lá. Nós arrumamos uma casinha para ele, mas isto durou pouco. Eu só ajudei meu cunhado a terminar a safra de café. Neste ano em que eu estive no Fidelcino, nasceram as nossas filhas gêmeas. Duas mulheres que morrerram durante o parto. Elas foram sepultadas em Capetinga. A Cilica ficou abalada com a morte da sua mãe, bem perto de seu parto. De forma que em um ano morreu minha sogra e também perdemos as nossas filhas gêmeas. Terminando tudo isso, eu fui morar na casinha que eu tinha feito, porque com a morte da minha sogra, a Cilica tinha direito da posse dos bens doados. Pois bem, isto já era 1955. Em 56 nasce Francisca. Neste mesmo período, eu fiz uma casinha no meu terreiro e trouxe

Família

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Espedito com esposa e filhos

Curto tempo no Paraná

Chegando lá, eles já tinham dado as lavouras de café prá outro. Foi mais uma fria. Eu, já muito cansado de sofrer, já não ambientei em trabalhar naquilo que eu sabia. A Sara era muito novinha e estranhou a viagem de dois dias de mudança: pestiou. Não tinha médico que dava cura, não tinha alimento que dava certo. No final de oito meses, no mesmo ano de 62, eu fui ao banco onde restavam uns trocadinhos do dinheiro da casa. Tirei este dinheirinho, e marquei a viagem de volta prá Minas. Eu disse para o dono da casa em que eu morava: "De tardezinha eu vou me embora para onde eu vim". Ele me perguntou: "Você arrumou caminhão?" Eu disse a ele: "Eu não tenho dinheiro para levar a mudança. O dinheiro que eu tenho somente dá para nós viajarmos de segunda classe e sem comer. Mas eu vou fazer umas matula que dá prá ir mais longe". Ele me disse: "Você vai pagar um aluguel para guardar a sua mudança?" Eu respondi a ele: "Não. Você joga ela fora ou dá par

A volta

Viajamos dois dias e uma noite. Chegamos em Cássia, e de imediato eu peguei uma carona em um caminhão que ia para a Fazenda Santa Maria, aonde morava o compadre Antônio Francisco, e, aonde nos recuperamos da nossa viagem. No domingo, eu fui na cidade e lá eu peguei uma casa para fazer. Perto deste local tinha uma tapera do Amélio Bastos. Eu falei com ele se eu poderia morar nesta casa enquanto eu estivesse construindo a outra casa. Ele concordou. Na próxima semana nós já entramos nesta tapera. Ela não tinha água. Eu apanhava água no "corgo" que tinha perto. A nossa mobília era uma lata de dois litros. A nossa roupa de cama era três travesseiros que a Cilica ganhou de sua irmã. A casa era de assoalho. Nós deitávamos no assoalho e cobríamos os meninos com a roupa do corpo. Depois de umas duas semanas, eu tirei um dinheiro do serviço da casa. Eu melhorei mais a situação. Eu respaldei esta casa com um prumo emprestado e esquadro. Mas nisto, já estava com quase dois meses que

Uma grande emoção

Pois bem, neste dia eu estava sentado na porta desta tapera , bem de tardezinha. O Antônio Cassiano chegou de carroça. Ele estava levando mandioca para a cidade. Ele me disse: "Ô Espedito, lá em casa apareceu uma caixa de couro, cheia de ferramentas. Dizem que é a sua. Se você quiser, amanhã eu trago ela prá você." Eu custei a dar a resposta. Eu perdi o fôlego.Mas depois eu disse a ele que, se ele pudesse fazer este favor, eu ficaria muito satisfeito. Ele me disse: "Amanhã bem cedinho eu trago ela. Eu venho com a carroça vazia para levar mais mandioca." No outro dia, eu madruguei para esper ar a caixa de ferramentas. Com o dia amanhecendo, eu recebi a caixa de ferramentas. Primeiro, eu perguntei o quanto ele cobrava. Ele disse que não era nada. Depois, eu perguntei quem é que levou esta caixa na casa dele. Ele me disse que era o Zézinho Bastos. Eu disse a ele que domingo eu iria na casa dele. E eu agradeci a ele e ele foi embora. Eu pus esta caixa no meio da

Os oito filhos

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A cerâmica e mais filhos

Pois bem, eu terminei esta casa, eu tirei leite para este Antônio Cassiano por uns dez dias , mais ou menos. Depois eu arrumei uma casa com o Osório, aonde era o "corgo" Santa Maria, no mesmo "corgo" que eu nasci, chamado Fazenda Santa Maria. Só que era mais embaixo, chamado Macaúba. Era beirando uma estrada principal. Em 13 de julho de 1963 nasceu o Jonatan. Em 64 me mudei outra vez para Cássia, no mesmo lugar que eu tinha morado, só que era outra casa, que eu tinha alugado. Nesta casa nasceu a Silvana, no dia 16 de agosto de 1965. Depois, eu morei beirando um corredor. Um ano depois, voltei para a mesma casa, onde nasceu a Isabel, no dia 29 de setembro de 1967. Lá eu comecei uma cerâmica, no quintal. Neste mesmo ano, o Calixto Ferreira Borges me convidou para uma sociedade. Ele disse que tinha o barro e um barracão. Eu montei esta cerâmica e registramos com o nome de Cerâmica Pavão. Mas em 68 ele me tirou de lá, prá colocar outras pessoas de Jaboticabal. Eu vendi

Casa na roça

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A caçula e um casal de tios

E nisso, eu, com todos os filhos na escola, desde jardim de infância até ginásio, todo mundo estudando, papel daqui, calçado prá lá e uniforme prá cá. Eu comecei a fazer orçamento de financiamento, que era feito no Banco do Brasil. O Banco me indicava para construir. Se eu não pudesse construir, pelo menos o orçamento eu tinha que fazer. Era sede para morar e barracão de gado de leite, chamado estábulo, com toda a instalação de água e cocheira com corrente ou canzil, tronco de vacinar gado, embarcadouro e tudo o mais. Isto me levou a fazer canteiro de obras. Em 10 de novembro de 1972, nasceu a Luciana. Esta nasceu com deficiência mental e com ligeira deformidade nos ossos. Já desde novinha, fazendo tratamento nas clínicas em Ribeirão Preto. E eu, mil por hora nas construções. De repente entra um casal de velhos também na minha vida. Este casal não tinha filhos. Eles residiam na dita Fazenda Santa Maria. Eram proprietários do lugar mais antigo da região, aonde morou um Faleiros que sem

Júlia e Hildebrando

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Inventário

Pois  bem, aí está contado o espaço de tempo, mas eu volto a contar o que passou neste período de 75 a 81. Veja bem, primeiro eu modifiquei a casa em que eu morava. Aumentei ela. Depois, eu abri o muro da frente para que coubesse um caminhão. Eu comprei este caminhão "três quartos", para pau-de-arara. Eu já tinha um Fusca 71, que eu guiava sem carteira. Depois, tirei carteira em Patrocício Paulista.  Pois bem, neste mesmo período, morre o Hildebrando. Nesta luta, logo morre a Júlia, com diferença de ano e meio. Eu fui escolhido pelo Juiz da Comarca de Cássia, como inventariante da Júlia para os seus herdeiros, que era um testamento mais novo, porque alguém já tinha feito o testamento, mas só para si mesmo. De forma que, no final, o que era válido era o mais novo, que estava com mais herdeiros. Eu era sobrinho, mas tinha dois irmãos. De forma que tinha herdeiro primeiro, segundo, terceiro e daí por diante. Eu tive que mastigar tudo isso, mandar procurador bem documentado para

Fim do inventáro e melhorias na fazenda

Pois bem, este arrendamento não significava nada na despesa que estava ocorrendo. Eu, muito ocupado com a fazenda que estava tocando, nunca gostei de viver com dívidas. Muitas vezes eu intentei vender do jeito que estava, em inventário, para o comprador arcar com todas as despesas, mas eu não achei comprador. Eu resolvi picar em sítio. Consegui vender dois sítios, para eles me ajudarem nas despesas. Inclusive, eu vendi sete alqueires para o Hélio, dono do cartório, que fazia todo o serviço do inventário. Depois eu aluguei o restante para ele, dando a sede para ele por o retireiro. Isto foi mais um ano. Na fritada dos ovos, sobrou cinco alqueires em redor da sede. Eu paguei o que tinha comprado e fiquei livre da dívida. Eu vou voltar um pouco. Quando ocorreu esta compra dos herdeiros, eu já estava numa casa grande, mais para o lado da praça. Nisto, eu já tinha vendido a minha casinha famosa e cheia de história e mais outras coisas que ocorreram neste período que a gente não consegue esc